"Imagine there is no countries
isn't hard to do
nothing to kill or die for
and no religion too
Imagine all the people
sharing all the world"
- John Lennon
Mais do que imaginar, desejo um mundo onde as
coisas sejam mais levadas na "esportiva". Não só em se tratando
de esporte. Vestir a camisa de outro país que não aquele onde se nasce é uma
forma de negar o bairrismo/ufanismo/patriotismo vigente. Não é razoável odiar o
outro porque não nasceu no mesmo país.
É bem comum para mim ir na contra mão das coisas.
Principalmente daquelas que são estabelecidas e alienam. Lembram-me o paradigma
dos macacos. (vide http://www.youtube.com/watch?v=g5G0qE7Lf0A).
Não intento provocar ira. Na verdade quero apenas
mostrar minha discordância desse tipo de alienação, seja onde e como estiver
direcionada.
"Vencer é não deixar
vencidos."
- Eduardo Marinho
- Eduardo Marinho
Pessoas torcem por várias coisas apaixonadamente.
Eu diria até cegamente. Isso por si já causa inúmeros problemas pelo
simples fato de criar valores distorcidos, do tipo: "Eu sou melhor por que..
meu time é melhor... meu país é melhor... meu deus é melhor..." e por aí
vai.
Mas mais importante que isso é o silogismo que
segue, do tipo: "O outro é pior por que... o time 'dele' é pior... o país
'dele' é pior... o deus 'dele' é pior...".
Parando para pensar, não há time/país/deus/etc
dele ou meu ou seu. A pessoa geralmente nem chega a escolher por quem ou o que
torcer, ela apenas torce e acha que TEM que torcer. Novamente volta-se ao
paradigma dos macacos. Além de simplesmente torcer, ela tem que evidenciar de
todas as formas que quem não torce igual a ela, está errado e deve ser punido
com isso. Nisso reside o problema mais absurdo, a violência.
Usando fatos recentes se pode citar as
olimpíadas, onde todo esse nacionalismo está exacerbado e apoteoticamente
vangloriado em todos os meios de comunicação de massa. Impossível se manter
alheio. Eis que surgem os "heróis" nacionais e os "vexames".
Aqui se entra em outra discussão. No caso do Brasil, há um investimento maciço
de tempo/dinheiro/publicidade/informação sobre o futebol. Na contra mão disso
há um gama enorme de esportes e esportistas que sofrem à margem. Atletas esses que na maioria das vezes passam quatro anos tentando treinar e conseguir algum
patrocínio para a dedicação exclusiva que o nível olímpico exige. Mesmo assim,
o país acha uma "vergonha nacional" se aquele atleta só
consegue o 5º lugar entre os melhores atletas do mundo. Acha um absurdo um país
como o Brasil ficar atrás de um outro país de terceiro mundo, ou
simplesmente atrás de um país sem "tradição olímpica".
Acredito que mais importante do que torcer para o
país onde se nasce, por mero acaso, ganhar uma medalha numa olimpíada, é
reconhecer o esforço de cada atleta ali. É reconhecer a melhor qualidade do
outro. É reconhecer o exemplo de superação. É aplaudir o esporte, na esportiva.
Mais importante do que vangloriar o país onde se
nasce, por mero acaso, é desvestir do preconceito contra quem não nasceu no mesmo
lugar, na mesma cultura.
Muito mais importante é perceber que o mesmo
nacionalismo/ufanismo/bairrismo faz com que se "cometa"
guerras, odeie o outro, ignore o direito e o mérito do outro.
Por tudo isso, devemos levar mais coisas na
esportiva e nos rebelar contra coisas mais importantes. Tanto em nível
nacional, quanto no menor âmbito possível.
Para terminar digo que, se algum dia eu estiver
do lado oposto, veja-me como uma esperança de fair play, nunca como
inimigo.
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