sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Imagine


"Imagine there is no countries 
isn't hard to do 
nothing to kill or die for 
and no religion too

Imagine all the people
sharing all the world"

- John Lennon


Mais do que imaginar, desejo um mundo onde as coisas sejam mais levadas na "esportiva". Não só em se tratando de esporte. Vestir a camisa de outro país que não aquele onde se nasce é uma forma de negar o bairrismo/ufanismo/patriotismo vigente. Não é razoável odiar o outro porque não nasceu no mesmo país.

É bem comum para mim ir na contra mão das coisas. Principalmente daquelas que são estabelecidas e alienam. Lembram-me o paradigma dos macacos. (vide http://www.youtube.com/watch?v=g5G0qE7Lf0A).
Não intento provocar ira. Na verdade quero apenas mostrar minha discordância desse tipo de alienação, seja onde e como estiver direcionada.

"Vencer é não deixar vencidos."
- Eduardo Marinho 

Pessoas torcem por várias coisas apaixonadamente. Eu diria até cegamente. Isso por si já causa inúmeros problemas  pelo simples fato de criar valores distorcidos, do tipo: "Eu sou melhor por que.. meu time é melhor... meu país é melhor... meu deus é melhor..." e por aí vai.
Mas mais importante que isso é o silogismo que segue, do tipo: "O outro é pior por que... o time 'dele' é pior... o país 'dele' é pior... o deus 'dele' é pior...".

Parando para pensar, não há time/país/deus/etc dele ou meu ou seu. A pessoa geralmente nem chega a escolher por quem ou o que torcer, ela apenas torce e acha que TEM que torcer. Novamente volta-se ao paradigma dos macacos. Além de simplesmente torcer, ela tem que evidenciar de todas as formas que quem não torce igual a ela, está errado e deve ser punido com isso. Nisso reside o problema mais absurdo, a violência.

Usando fatos recentes se pode citar as olimpíadas, onde todo esse nacionalismo está exacerbado e apoteoticamente vangloriado em todos os meios de comunicação de massa. Impossível se manter alheio. Eis que surgem os "heróis" nacionais e os "vexames". Aqui se entra em outra discussão. No caso do Brasil, há um investimento maciço de tempo/dinheiro/publicidade/informação sobre o futebol. Na contra mão disso há um gama enorme de esportes e esportistas que sofrem à margem. Atletas esses que na maioria das vezes passam quatro anos tentando treinar e conseguir algum patrocínio para a dedicação exclusiva que o nível olímpico exige. Mesmo assim, o país acha uma "vergonha nacional"  se aquele atleta só consegue o 5º lugar entre os melhores atletas do mundo. Acha um absurdo um país como o Brasil ficar atrás de um outro país de terceiro mundo, ou simplesmente atrás de um país sem "tradição olímpica".

Acredito que mais importante do que torcer para o país onde se nasce, por mero acaso, ganhar uma medalha numa olimpíada, é reconhecer o esforço de cada atleta ali. É reconhecer a melhor qualidade do outro. É reconhecer o exemplo de superação. É aplaudir o esporte, na esportiva.
Mais importante do que vangloriar o país onde se nasce, por mero acaso, é desvestir do preconceito contra quem não nasceu no mesmo lugar, na mesma cultura. 
Muito mais importante é perceber que o mesmo nacionalismo/ufanismo/bairrismo faz com que  se "cometa" guerras, odeie o outro, ignore o direito e o mérito do outro.

Por tudo isso, devemos levar mais coisas na esportiva e nos rebelar contra coisas mais importantes.  Tanto em nível nacional, quanto no menor âmbito possível.

Para terminar digo que, se algum dia eu estiver do lado oposto, veja-me como uma esperança de fair play, nunca como inimigo.